Dia Mundial da Fisioterapia

No passado dia 8 de Setembro celebrou-se o Dia Mundial da Fisioterapia. A Confederação Mundial da Fisioterapia (WCPT) define a Fisioterapia como “ o serviço prestado por Fisioterapeutas a indivíduos e populações de forma a desenvolver, manter e restaurar o máximo movimento e capacidade funcional ao longo da vida.” Assim sendo, a Fisioterapia entra em cena sempre que o movimento e a função do ser humano são ameaçados. 

Nos últimos anos temos assistido a uma procura crescente dos serviços de Fisioterapia, quer motivada pelo médico responsável, quer por vontade própria. A verdade é que a Fisioterapia, por ser uma área tão abrangente na sua intervenção, tem justificado esta procura tornando-se uma presença constante no quotidiano de muitas pessoas. 

Sempre que alguém apresenta um quadro de dor e/ou desconforto resultante de alguma lesão músculo-esquelética, neurológica, doença ou qualquer outra situação, a Fisioterapia é uma mais-valia no processo de recuperação/reabilitação quer atue de forma isolada, ou idealmente, inserida numa abordagem multidisciplinar que permite ver e trabalhar a globalidade do utente.

No entanto, o papel da Fisioterapia vai muito além do tratamento e da recuperação pós-lesão. O papel da Fisioterapia é fulcral no indivíduo saudável, atuando na prevenção da doença e/ou incapacidade através da avaliação do utente e na promoção de comportamentos e hábitos diários saudáveis. Daí que o leque de áreas intervencionadas seja cada vez mais vasto, estando a Fisioterapia presente em todas as fases da vida de um ser humano, desde que nasce até ao momento em que morre, sempre visando o seu bem-estar e a sua qualidade de vida. 

Inerente a este processo de tratamento, prevenção e promoção, existe muitas vezes, uma proximidade na relação Fisioterapeuta-utente e, em muitos casos, com as suas famílias, partilhando por longos períodos de tempo as suas vivências, as suas dúvidas, as suas angústias e os seus medos. Inevitavelmente, nós Fisioterapeutas, somos muitas vezes tomados pelos seus estados de alma. Rimos, choramos, ansiamos e regozijamos com os nossos utentes. Muitos deles tomam-nos como amigos ou até mesmo como família. Durante o curso de Fisioterapia somos bombardeados com a anatomia, a fisiologia, a biomecânica e com as inúmeras técnicas e estratégias de reabilitação, ainda assim, somente quando começamos a trabalhar é que tomamos consciência do verdadeiro impacto da Fisioterapia nas vidas dos nossos utentes e nas nossas próprias vidas. 

Enquanto seres empáticos é muito difícil conseguirmos distanciar-nos da dor física e emocional do nosso utente. É muitas vezes ter de lidar com falsas expectativas ou com o sentimento de impotência. Isto faz com que muitas das nossas horas de sono sejam ocupadas com aquele paciente e com a procura incessante de estratégias que nos permitam ajudá-lo a ultrapassar o seu problema ou a melhorar a sua qualidade de vida. 

Por isso, a Fisioterapia não é apenas uma profissão mas é antes algo do qual nós, Fisioterapeutas, somos, constituindo parte integrante do nosso dia-a-dia e do qual não nos conseguimos dissociar. Apesar das dúvidas e da angústia que por vezes nos pode trazer, a alegria e o prazer de conseguirmos ajudar alguém, é indescritível. Ver alguém livre da sua dor, da sua incapacidade, é algo que nos fascina e alenta a ser melhor a cada dia que passa. Penso que o mesmo sentimento fará parte do quotidiano de muitos colegas Fisioterapeutas que fazem da Fisioterapia o seu trabalho e a sua vida. 

Um bem-haja a todos os Fisioterapeutas e à Fisioterapia que toca a vida de muitas pessoas.

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